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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lobo Ibérico

                                                         
Identificação



 O lobo da Península Ibérica (Canis Lupus signatus) é uma subespécie do Lobo -cinzento. A sua população deve rondar entre 1600-1700 indivíduos.

Destes, cerca de 170 habitam no nordeste transmontano. 

Um pouco mais pequeno e esguio que as outras subespécies do lobo cinzento, o lobo ibérico medem entre 130 a 180 cm de comprimento os machos, e 130 a 160 cm as fêmeas.

Os machos pesam geralmente entre 20 a 40kg e no caso das fêmeas entre 20 a 35kg.

A pelagem é de coloração acinzentada e mesclada de negro, particularmente sobre o dorso.

 Alimentação




 A alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região. As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontram, isto é, sempre que pode é necrófago.

Ecologia


 Espécie que vive em alcateias formadas por 3 a 8 indivíduos, devidamente hierarquizados. Existe um par dominante (par alfa). Os locais habitados por lobos caracterizam-se por baixa pressão humana, embora com elevada taxa de actividade pecuária e uma topografia acidentada. De actividade essencialmente nocturna, podem percorrer num só dia cerca de 20 a 40 km à procura de presas: mamíferos de médio e grande porte.



Habitat



Habitam em bosques abertos, tundra, florestas densas e montanhas onde se refugia em tocas escavadas por ele ou reaproveitadas de outros animais.

A população Europeia original está agora muito reduzida. A primitiva área de distribuição mundial do lobo (Canis Lupus, L. 1758) abrangia quase todo o hemisfério Norte, excepção feita ao Norte do continente Africano. Actualmente este canídeo ocupa uma área muito mais reduzida, estando classificado como Espécie Vulnerável a nível mundial. Na Península Ibérica, a área de distribuição deste predador restringe-se ao quadrante noroeste da península, estando classificado como Espécie Vulnerável em Espanha e como Espécie Em Perigo, em Portugal.

Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 18.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo rio Douro:

 Uma população próspera ao norte do Douro, em uma área montanhosa que ocupa os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e pequena parte do distrito do Porto. Essa população abrange cerca de 50 alcateias e é contínua com a grande população do lado espanhol da fronteira. Áreas protegidas portuguesas importantes para a preservação do lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho e o Parque Natural do Douro Internacional.

 Uma população em declínio ao sul do Douro, distribuída em parte dos distritos de Viseu, Guarda e, talvez, Aveiro e Castelo Branco. Essa população abrange apenas 10 alcateias e encontra-se isolada em relação à população do norte do Douro. Seu futuro é incerto, considerando-se que pode extinguir-se no curto ou médio prazo.



Reprodução



 Geralmente acasalam para toda a vida e, usualmente, apenas o par alfa se reproduz. Atingem a maturidade sexual por volta dos 2-3 anos de idade.

Apenas se reproduzem uma vez por ano – fim do Inverno ou início da Primavera (Janeiro a Março) – altura em que ocorre o acasalamento. Os nascimentos dão-se, em geral, durante o mês de Maio ou Junho. As ninhadas têm geralmente 3 a 8 lobitos nascendo com os olhos fechados e necessitando de cuidados parentais. Em finais de Outubro saem dos locais de criação e iniciam a sua aprendizagem de caça.



Factores de ameaça


 As causas do declínio do lobo são a sua perseguição directa e o extermínio das suas presas selvagens. O declínio é actualmente agravado pela fragmentação e da destruição do habitat e pelo aumento do número de cães vadios/assilvestrados.

 A redução progressiva do número de ungulados silvestres (corço e veado) levou a que este predador tivesse que recorrer aos animais domésticos como recurso alimentar. Deste modo, a perseguição directa por parte dos pastores que sofrem prejuízos avultados nos seus rebanhos, sofreu um incremento, apesar da lei que o proíbe. Nas últimas décadas assistiu-se à destruição do habitat preferencial do lobo, com a construção de grandes infra-estruturas viárias levou à fragmentação e redução da área de distribuição do lobo em Portugal. Actualmente, também a existência de um elevado número cães vadios/assilvestrados afecta a sobrevivência do lobo uma vez que competem com o lobo na procura de alimento, sendo provavelmente responsáveis por muitos dos ataques a animais domésticos incorrectamente atribuídos ao lobo.

 Morfologia



 O lobo é um mamífero de grande porte, sendo actualmente o maior canídeo selvagem. A espécie é caracterizada por uma cabeça volumosa, de aspecto maciço, com orelhas rígidas e triangulares, relativamente curtas e pouco pontiagudas. Os olhos são frontalizados, oblíquos, em relação ao focinho, e cor de topázio.

O lobo ibérico é, de entre as subespécies de lobo, a que apresenta menores dimensões e peso ( altura ao garrote - 70 cm; peso - 25 a 40Kg).

Caracteriza-se por possuir uma pelagem castanho amarelada no tronco. O focinho, ruivo com tons intermédios entre o canela e o amarelo canela, apresenta uma região mais clara, em tons de branco sujo, que parte obliquamente da garganta até ao ângulo externo do olho. O dorso é marcado por uma lista negra, que se estende do pescoço à cauda.

Os membros são fortes e robustos, com uma coloração entre o castanho e o bege, internamente, e o castanho e o ocre, externamente. Para além disso exibem, longitudinalmente, na região anterior, uma lista negra muito bem definida, que é mais visível no Inverno. O restritivo específico signatus foi atribuído com base nesta característica (do latim signatus - expressivo).

A pelagem de Inverno apresenta tons mais escuros que a pelagem de Verão.

DISTRIBUIÇAO

No início do século XX, a subespécie Canis lupus signatus ocupava praticamente toda a Península Ibérica. Porém, tem-se vindo a registar uma redução quer da área de distribuição, quer do efectivo populacional deste canídeo.

Em Portugal, o desaparecimento do lobo, particularmente na faixa litoral, tornou-se evidente a partir de 1940. Com a diminuição drástica da área ocupada na década de 70, a situação da espécie agravou-se.

 A população de lobos não se distribui de uma forma contínua em toda a sua área de distribuição, bem pelo contrário, esta é fragmentada com muitas zonas onde os lobos estão a desaparecer ou foram exterminados.