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sábado, 16 de junho de 2012

A Águia Imperial Ibérica


A Águia Imperial Ibérica possui uma constituição forte.






A sua pelagem é uniforme de uma cor castanho-avermelhada, com manchas irregulares de cor branca â altura dos ombros.




A plumagem dos adultos é castanha muito escura com certos tons avermelhados na parte superior das costas.




As penas da cabeça e do pescoço são muito claras, normalmente amareladas ou branco cremoso, apesar de à distância parecem completamente brancas, sobretudo as águias com muitos anos.



A sua parte fronteira é castanho-escura, por vezes quase preta.


Apesar dos detalhes mais notáveis na sua plumagem é sem dúvida o interior branco das suas asas e as manchas brancas dos ombros.



 As dimensões destas manchas são variáveis, dependendo da idade da águia.


A parte superior da cauda é cinzento-escura, normalmente quase branca ou castanha com uma franja preta.


A Águia Imperial Ibérica vive em zonas montanhosas, mas não a uma altitude muito elevada pois a espécie requer árvores de grande tamanho e de terrenos ricos para caçar.

 Em algumas ocasiões podemos encontrar exemplares vivendo em zonas baixas como em prados, com árvores pouco frondosas.

 Já vimos que o seu habitat está condicionado pela abundância de presas.

A população da Águia Imperial Ibérica é sedentária, fazendo viagens curtas, ao contrário da Águia Imperial Oriental que é parcialmente migratória e faz uma longa viagem até ao norte da África Tropical no princípio de Outono.

 Não existem muitos dados da sua habilidade para caçar presas em pleno voo, mas podemos afirmar que possui uma excelente destreza para caçar pássaros de médio e pequeno tamanho quando estão no chão.

O seu terreno favorito é os espaços livres sem arbustos, para uma melhor visão.

O voo de caça faz-se em altitude média e quando a águia repara na sua presa, lança-se em voo picado, mas com algumas paragens antes de abater a sua presa.

A Águia Imperial Ibérica tem um regime alimentar bastante variado.
A sua dieta consiste principalmente de mamíferos de tamanho médio, como lebres e coelhos do monte, mas também se alimenta e pássaros de tamanho médio, como perdizes ou codornizes, e de répteis (quase exclusivamente lagartos).
Também consome cadáveres mais de animais domésticos frescos.
 Ataques a jovens cabritos ou cordeiros são improváveis mas consomem os seus cadáveres se estiverem abandonados no terreno.
 
A águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) é uma espécie de águia endémica do sudoeste da Península Ibérica e norte de Marrocos.
 Até pouco tempo era considerada uma subespécie da águia-imperial-oriental (Aquila heliaca), porém os estudos do ADN de ambas as aves demonstraram que estavam suficientemente separados para cada uma constituir uma espécie válida.
A águia-imperial-ibérica encontra-se actualmente em perigo de extinção.

Descrição
A sua plumagem é parda muito escura em todo o corpo, excepto nos ombros e parte superior das asas, de cor branca.
 A nuca é ligeiramente mais pálida que as outras partes do corpo, e a cauda mais escura, sem faixas claras ou linhas brancas como na águia-imperial-oriental.
 No caso dos indivíduos subadultos, estes são pardos avermelhados, sem diferenças de coloração, e não desenvolvem a plumagem dos indivíduos até aos 5 anos de idade, ao mesmo tempo que atingem a maturidade sexual.
O tamanho médio dos adultos é de 80 cm de altura e 2,8 kg, se bem que as fêmeas, maiores que os machos, possam chegar aos 3,5 kg. A envergadura varia entre os 1,9 e 2,2 m.
Habita em áreas de sobreiros e azinheiras esparsos, com pradarias próximas. A base da sua alimentação é constituída por coelhos, que caçam solitárias ou em parelha.
Também depreda sobre lebres, pombos, corvos e outras aves, e em menor escala raposas e pequenos roedores, podendo alimentar-se ocasionalmente de carne de cadáveres.

As capturas são consideravelmente menores que as da águia-real, dado que as garras da imperial não são tão fortes como as da real.

Ao contrário da águia-imperial da Eurásia e África oriental, a espécie ibérica não emigra.

Cada casal defende a sua zona de caça e reprodução (uns 2000 hectares) durante todo o ano.


Reprodução


A águia-imperial-ibérica é monogâmica.

A época de acasalamento tem lugar de Março a Julho, durante a qual as águias restauram um dos ninhos que têm usado durante anos, rodando de um para outro.

Estes ninhos estão situados na copa de árvores como sobreiros e pinheiros.

Nas zonas de reflorestação habituaram-se a nidificar sobre eucaliptos, apesar de ser esta una espécie alóctone.

Nidificam tanto em ramos altos como baixos.

A postura típica consta de quatro a cinco ovos de 130 gramas de peso que são incubados durante 43 dias. É normal desenvolverem-se até três crias, ainda que esta tendência tenha diminuído ao longo dos últimos anos devido ao uso de pesticidas, que aumentam o número de ovos estéreis.

 Se o ano é mau e há pouca comida, a cria maior monopoliza-a e é a única que sobrevive; não obstante, pode-se dizer que a águia-imperial-ibérica não pratica o cainismo.

Quando necessitam de ir em busca de comida, os progenitores cobrem os ovos ou crias com folhas e ramos para evitar que sejam descobertos pelos predadores, algo que por vezes não é suficiente, resultando que algumas crias sejam capturadas por uma águia-real ou, no caso de ninhos baixos, por uma raposa ou outro carnívoro de tamanho médio.

 As crias abandonam os ninhos entre os 65 e os 78 dias, mas continuam a viver nas imediações e a ser alimentados pelos progenitores durante quatro meses.

 Após este tempo, tornam-se independentes e iniciam uma vida nómada.

 Quando alcançam a maturidade sexual visitam frequentemente os limites dos territórios de casais sedentários em busca de algum indivíduo de sexo oposto solteiro ou viúvo.

 Os jovens nómadas são frequentemente atacados pelos casais adultos em cujos territórios entram.

 É um animal Ovíparo.

Estado de conservação

 Ainda no início do século XX, a águia-imperial-ibérica era um animal muito abundante em grande parte da sua zona de distribuição, no entanto nas últimas décadas o seu número foi drasticamente reduzido.

 Actualmente apenas existe notícia em Portugal de avistamentos ocasionais de nómadas, e a população de Marrocos poderá estar reduzida a um único casal reprodutor e algumas das suas crias.

Em Espanha habitam actualmente (2007) cerca de 240 casais é um número indeterminado de jovens nómadas, principalmente nos parques nacionais de Cabañeros e no Parque Natural de Doñana.

Desde 1991 observa-se uma notável desproporção de sexos na espécie, sendo 70% das crias nascidas do sexo masculino.

Em 2005, o CSIC (Conselho Superior de Investigação Científica de Espanha) pôs em prática um plano para tentar aumentar o número de fêmeas.

As causas da diminuição populacional da águia-imperial-ibérica são várias.

Em meados do século XX, as águias eram mortas pelos criadores de gado tal como muitas outras rapaces, apesar de nunca se terem observado ataques de esta espécie contra rebanhos (apenas alguns ocasionais contra patos domésticos).

As primeiras medidas de protecção forma implementadas em meados dos anos 1960 em resultado, em grande parte, do trabalho efectuado por Félix Rodríguez de la Fuente.

Apesar disso, o desenvolvimento da rede eléctrica na península (e com aquela, o aumento das mortes de jovens que chocam com os cabos de alta tensão), o uso de pesticidas e a propagação da mixomatose
e outras epidemias que afectam os coelhos, o seu principal alimento, colocou a espécie no limiar da extinção.

 Ainda que continue em perigo, a atenção do governo espanhol conseguiu que a população desta águia duplicasse desde os inícios dos anos 1990.

A víbora-cornuda


Nome Científico: Vipera latastei
 
Biometria: Comprimento: max. 70 cm

Estatuto: Espécie vulnerável
 
 
 
 
 
Distribuição: Em Portugal está presente um pouco por todo o território, em núcleos populacionais fragmentados.


Inconfundível pelo apêndice proeminente que ostenta na extremidade do focinho e que está inclusivamente na origem do nome que lhe atribuem, a víbora cornuda é um dos animais de que iremos falar, já que está em vias de extinção e encontra-se na maior parte da Península Ibérica, excepto no extremo noroeste, e também no norte de África.
Esta espécie, que em Portugal pode ser encontrada em várias zonas, habita de preferência nas zonas montanhosas. Consta da Serra de Montemuro, com lugar de destaque entre os répteis que aqui se podem encontrar. A sua dieta é variada, constituída por pequenos mamíferos e répteis, anfíbios, podendo mesmo alimentar-se de aves e insectos.
Contudo, esta espécie encontra-se em declínio devido à acção humana, pela perturbação cada vez mais acentuada do seu habitat, por incêndios florestais e por morte deliberada, quer para comércio e coleccionismo quer por lhe estar associada uma imagem maléfica
É um animal difícil de encontrar, a não ser por mero acaso, pelo que, quando isso acontece, o registo visual é muito próximo, o que torna a situação pouco agradável. Não pelo seu tamanho, que é de cerca de 80 cm, mas sobretudo por ser venenosa.
São predadas por rapinas, javalis, sacarrabos, ginetas, ouriços cacheiros e por outras cobras. Como mecanismo de defesa usa a fuga, embora quando ameaçada sopre e tente morder.
É uma espécie diurna, embora nos dias mais quentes passe a ser crepuscular ou mesmo nocturna.

Reprodução: Primavera. É uma espécie ovovivípara em que a fêmea origina 5-8 crias no
final do verão.
Em Portugal, existe ainda a ideia que não existem cobras venenosas no país. Nada mais errado, o que não existe são cobras com venenos muito tóxicos, o que é significativamente diferente.
Importante mesmo é que esta espécie faz parte da fauna portuguesa e a sua existência é muito importante no combate aos pequenos roedores...



segunda-feira, 4 de junho de 2012

Açor







Esta rapina surpreende pela agilidade do seu voo poderoso por entre as árvores de um bosque.

Identificação
Ave de rapina de hábitos discretos, é bastante semelhante na forma e padrão da plumagem ao gavião,
possuindo também barras horizontais no peito e abdómen, e um tom acinzentado no dorso.



Distingue-se sobretudo pelas maiores dimensões, asas mais robustas, cauda proporcionalmente mais comprida e cabeça projectada.

Os imaturos têm riscas verticais em vez de barras horizontais. O açor tanto pode ser encontrado a voar por entre a ramagem das árvores de bosques densos, como planando acima das mesmas em correntes térmicas ascendentes.



Abundância e calendário


O açor é uma espécie pouco comum, dependente de zonas florestadas.

Sendo residente, ocorre durante todo o ano, podendo mais facilmente ser observado no início da Primavera durante as paradas nupciais.

É mais frequente a norte e junto ao litoral que no sul.




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Observar


Entre Douro e Minho – pode ser observado na serra do Gerês, em zonas de mais densa florestação.






Trás-os-Montes – os melhores locais de observação desta espécie encontram-se na serra de Montesinho.





  Beira Litoral – presente nos pinhais de Mira, embora em baixas densidade.





Lisboa e Vale do Tejo – ocorre na serra de Montejunto. Pode também ser observado na serra de Sintra,









   Alentejo – bastante raro, ocorre como reprodutor na zona de Barrancos.





Algarve – os melhores locais de observação são a serra do Caldeirão e o Cabo de São Vicente.
observado durante a passagem migratória outonal.






segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lobo Ibérico

                                                         
Identificação



 O lobo da Península Ibérica (Canis Lupus signatus) é uma subespécie do Lobo -cinzento. A sua população deve rondar entre 1600-1700 indivíduos.

Destes, cerca de 170 habitam no nordeste transmontano. 

Um pouco mais pequeno e esguio que as outras subespécies do lobo cinzento, o lobo ibérico medem entre 130 a 180 cm de comprimento os machos, e 130 a 160 cm as fêmeas.

Os machos pesam geralmente entre 20 a 40kg e no caso das fêmeas entre 20 a 35kg.

A pelagem é de coloração acinzentada e mesclada de negro, particularmente sobre o dorso.

 Alimentação




 A alimentação é muito variada, dependendo da existência ou não de presas selvagens e de vários tipos de pastoreio em cada região. As suas principais presas são o javali, o corço e o veado, e as presas domésticas mais comuns são a ovelha, a cabra, a galinha, o cavalo e a vaca. Ocasionalmente também mata e come cães e aproveita cadáveres que encontram, isto é, sempre que pode é necrófago.

Ecologia


 Espécie que vive em alcateias formadas por 3 a 8 indivíduos, devidamente hierarquizados. Existe um par dominante (par alfa). Os locais habitados por lobos caracterizam-se por baixa pressão humana, embora com elevada taxa de actividade pecuária e uma topografia acidentada. De actividade essencialmente nocturna, podem percorrer num só dia cerca de 20 a 40 km à procura de presas: mamíferos de médio e grande porte.



Habitat



Habitam em bosques abertos, tundra, florestas densas e montanhas onde se refugia em tocas escavadas por ele ou reaproveitadas de outros animais.

A população Europeia original está agora muito reduzida. A primitiva área de distribuição mundial do lobo (Canis Lupus, L. 1758) abrangia quase todo o hemisfério Norte, excepção feita ao Norte do continente Africano. Actualmente este canídeo ocupa uma área muito mais reduzida, estando classificado como Espécie Vulnerável a nível mundial. Na Península Ibérica, a área de distribuição deste predador restringe-se ao quadrante noroeste da península, estando classificado como Espécie Vulnerável em Espanha e como Espécie Em Perigo, em Portugal.

Em Portugal a área de distribuição do lobo abrange cerca de 18.000 km² no norte do país. Considera-se que existem duas populações separadas pelo rio Douro:

 Uma população próspera ao norte do Douro, em uma área montanhosa que ocupa os distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Bragança e pequena parte do distrito do Porto. Essa população abrange cerca de 50 alcateias e é contínua com a grande população do lado espanhol da fronteira. Áreas protegidas portuguesas importantes para a preservação do lobo ao norte do Douro são o Parque Nacional da Peneda-Gerês, o Parque Natural do Alvão, o Parque Natural de Montesinho e o Parque Natural do Douro Internacional.

 Uma população em declínio ao sul do Douro, distribuída em parte dos distritos de Viseu, Guarda e, talvez, Aveiro e Castelo Branco. Essa população abrange apenas 10 alcateias e encontra-se isolada em relação à população do norte do Douro. Seu futuro é incerto, considerando-se que pode extinguir-se no curto ou médio prazo.



Reprodução



 Geralmente acasalam para toda a vida e, usualmente, apenas o par alfa se reproduz. Atingem a maturidade sexual por volta dos 2-3 anos de idade.

Apenas se reproduzem uma vez por ano – fim do Inverno ou início da Primavera (Janeiro a Março) – altura em que ocorre o acasalamento. Os nascimentos dão-se, em geral, durante o mês de Maio ou Junho. As ninhadas têm geralmente 3 a 8 lobitos nascendo com os olhos fechados e necessitando de cuidados parentais. Em finais de Outubro saem dos locais de criação e iniciam a sua aprendizagem de caça.



Factores de ameaça


 As causas do declínio do lobo são a sua perseguição directa e o extermínio das suas presas selvagens. O declínio é actualmente agravado pela fragmentação e da destruição do habitat e pelo aumento do número de cães vadios/assilvestrados.

 A redução progressiva do número de ungulados silvestres (corço e veado) levou a que este predador tivesse que recorrer aos animais domésticos como recurso alimentar. Deste modo, a perseguição directa por parte dos pastores que sofrem prejuízos avultados nos seus rebanhos, sofreu um incremento, apesar da lei que o proíbe. Nas últimas décadas assistiu-se à destruição do habitat preferencial do lobo, com a construção de grandes infra-estruturas viárias levou à fragmentação e redução da área de distribuição do lobo em Portugal. Actualmente, também a existência de um elevado número cães vadios/assilvestrados afecta a sobrevivência do lobo uma vez que competem com o lobo na procura de alimento, sendo provavelmente responsáveis por muitos dos ataques a animais domésticos incorrectamente atribuídos ao lobo.

 Morfologia



 O lobo é um mamífero de grande porte, sendo actualmente o maior canídeo selvagem. A espécie é caracterizada por uma cabeça volumosa, de aspecto maciço, com orelhas rígidas e triangulares, relativamente curtas e pouco pontiagudas. Os olhos são frontalizados, oblíquos, em relação ao focinho, e cor de topázio.

O lobo ibérico é, de entre as subespécies de lobo, a que apresenta menores dimensões e peso ( altura ao garrote - 70 cm; peso - 25 a 40Kg).

Caracteriza-se por possuir uma pelagem castanho amarelada no tronco. O focinho, ruivo com tons intermédios entre o canela e o amarelo canela, apresenta uma região mais clara, em tons de branco sujo, que parte obliquamente da garganta até ao ângulo externo do olho. O dorso é marcado por uma lista negra, que se estende do pescoço à cauda.

Os membros são fortes e robustos, com uma coloração entre o castanho e o bege, internamente, e o castanho e o ocre, externamente. Para além disso exibem, longitudinalmente, na região anterior, uma lista negra muito bem definida, que é mais visível no Inverno. O restritivo específico signatus foi atribuído com base nesta característica (do latim signatus - expressivo).

A pelagem de Inverno apresenta tons mais escuros que a pelagem de Verão.

DISTRIBUIÇAO

No início do século XX, a subespécie Canis lupus signatus ocupava praticamente toda a Península Ibérica. Porém, tem-se vindo a registar uma redução quer da área de distribuição, quer do efectivo populacional deste canídeo.

Em Portugal, o desaparecimento do lobo, particularmente na faixa litoral, tornou-se evidente a partir de 1940. Com a diminuição drástica da área ocupada na década de 70, a situação da espécie agravou-se.

 A população de lobos não se distribui de uma forma contínua em toda a sua área de distribuição, bem pelo contrário, esta é fragmentada com muitas zonas onde os lobos estão a desaparecer ou foram exterminados.

Lince Ibérico


Notícias sobre o Lince-Ibérico





O lince-ibérico (Lynx pardinus), também conhecido pelos nomes populares de Cerval, lobo-cerval, gato-cerval, gato-cravo ou gato-lince, é a espécie de felino mais gravemente ameaçada de extinção e um dos mamíferos mais ameaçados. Tem um porte muito maior do que um gato doméstico e o seu habitat restringe-se à Península Ibérica. Apenas existem cerca de cem linces ibérico em liberdade em toda a Península Ibérica. Aparentemente encontra-se extinto em Portugal.


Distribuição













O lince-ibérico somente existe em Portugal e Espanha. A população está confinada a pequenos agregados dispersos (ver mapa de distribuição), resultado da fragmentação do seu habitat natural devido a factores antropogénicos. Apenas 2 ou 3 agregados populacionais poderão ser considerados viáveis a longo termo. A sua alimentação é constituída por coelhos, mas quando estes faltam ele come veados, ratos, patos, perdizes, lagartos, etc. O lince-ibérico selecciona habitats de características mediterrânicas, como bosques, matagais e matos densos. Utiliza preferencialmente estruturas em mosaico, com biótopos fechados para abrigo.O lince-ibérico pode-se encontrar na Serra da Malcata, situada entre os concelhos do Sabugal e de Penamacor, integrando o sistema montanhoso luso-espanhol da Meseta.


Habitat e ecologia

 








Este felino habita no matagal mediterrânico. Prefere um mosaico de mato denso para refúgio e pastagens abertas para a caça. Não é frequentador assíduo de plantações de espécies arbóreas exóticas(eucaliptos e pinheiros). Como predador de topo que é, o lince ibérico tem um papel fundamental no controlo das populações de coelhos (sua presa favorita) e de outros pequenos mamíferos de que se alimenta.

Actualmente existem condições em portugal para o Lince-Ibérico já existe instituições a quererem introduzir o Lince-Ibérico em Portugal.


Comportamento

 

 












É um animal essencialmente nocturno. Trepador exímio. Por dia, poderá deslocar-se cerca de 7 km.

Os territórios dos machos podem sobrepôr-se a territórios de uma ou mais fêmeas.

Os acasalamentos, pouco frequentes, ocorrem entre Janeiro e Março e após um período de gestação que varia entre 63 e 74 dias nascem entre 1 e 4 crias. O mais comum é nascerem apenas 2 crias que recebem cuidados unicamente maternais durante cerca de 1 ano, altura em que se tornam independentes e abandonam o grupo familiar. Regra geral, quando nascem 3 ou 4 crias, estas entram em combates por comida ou sem qualquer motivo e acabam por sobrar apenas 2 ou até 1, daí um dos seus pequenos aumentos populacionais.Não existe dimorfismo sexual entre macho e fêmea.


Ameaças

 









A principal ameaça resulta do desaparecimento progressivo das populações de coelhos (sua principal presa) devido à introdução da mixomatose. A pneumonia hemorrágica viral, que posteriormente afectou as populações de coelhos, veio piorar ainda mais a situação do felino.

Outras ameaças:

  • Utilização de armadilhas
  • Caça ilegal
  • Atropelamentos



Medidas de conservação

 

 

 

 







Um programa de reprodução em cativeiro está a ser desenvolvido em Espanha. Para tal, linces que estejam em subpopulações inviáveis terão que ser capturados.

  • Esta espécie está totalmente protegida em Portugal e Espanha
  • Listada na CITES (apêndice I)

Em Portugal, a Liga para a Protecção da Natureza (LPN), em parceria com a organização internacional Fauna & Flora International (FFI), lançou, em 2004, o Programa Lince, que conta com a participação e o apoio técnico e científico de um grupo composto pelos principais especialistas nesta espécie em Portugal. No âmbito deste Programa, têm sido desenvolvidos projectos, entre os quais se incluem Projectos LIFE, que visam sobretudo a recuperação do habitat natural do Lince Ibérico. O Centro Nacional de Reprodução do Lince-Ibérico (CNRLI) de Silves terá o propósito de fazer com que linces reprodutores em cativeiro se reproduzam no território nacional.



Reprodução














Época de reprodução: Janeiro a Julho, com um pico entre Janeiro e Fevereiro.
Época de nascimentos: Março a Abril.
Gestação: cerca de 2 meses.
Tamanho da ninhada: 2-3 crias.
Sobrevivência até à independência: 1-2 crias por fêmea.
Idade de independência: 7 a 10 meses.
Idade da primeira reprodução: Fêmeas: primeiro Inverno; Machos: aos dois anos.
Longevidade: Até 16 anos.

Alimentação


  



Dentro das presas disponíveis nos habitats mediterrânicos da Península Ibérica, o lince selecciona fortemente o coelho-bravo que constitui entre 80 a 100% da sua alimentação. Esta elevada percentagem varia muito pouco entre áreas geográficas e entre as estações do ano. As necessidades energéticas de um lince adulto variam entre 600-1000 kcal, o que corresponde a aproxidamente à energia contida num coelho adulto. Uma fêmea com duas crias necessitará de caçar cerca de 3 coelhos por dia. A partir destes dados calculase que a densidade minima de coelho para permitir a reprodução do lince será de cerca de 4 indivíduos/hectare.
Outros vertebrados como roedores, lebres, perdizes e outras aves podem também ser predados pelo lince. No entanto, em nívies significativamente inferiores aos do coelho.




 



Possivelmente já estivemos a dois passos dele e fomos minuciosamente observados, sem darmos por nada. Invisível por entre a folhagem, o lince-ibérico é um animal que poucas pessoas se podem gabar de já ter visto. Quando alguém pergunta como ele é, temos logo a tentação de o comparar a um gato. Não há dúvida que é fácil encontrar semelhanças, não só físicas mas também de comportamento. Eles correm, saltam e surpreendem as presas com uma agilidade admirável, fazendo da caça uma espécie de jogo. Silenciosos e imprevisíveis, têm a habilidade de aparecer e desaparecer sorrateiramente, quase sem darmos por isso. Esta comparação não é desprovida de fundamento - quem estuda as relações de parentesco entre os animais chegou à conclusão que estas duas espécies pertencem à mesma família, a dos felídeos. São animais de cabeça redonda e focinho curto, com dentes aguçados, adaptados para cortar a carne. Além disso, têm cinco dedos nos membros anteriores e quatro nos posteriores, que terminam com garras retrácteis, e são digitígrados, ou seja, apoiam-se apenas nas extremidades das patas.
No entanto o lince não é um gato. Quem tiver a sorte de alguma vez deparar com um lince, chamar-lhe-á a atenção os invulgares pêlos nas extremidades das orelhas, em forma de pincel, as longas patilhas brancas e negras, bem como a cauda muito curta, com a extremidade escura. Notará também que os seus membros altos e vigorosos, com patas que parecem desproporcionadamente grandes e os quartos traseiros mais elevados que o resto do dorso, lhe dão um porte altivo e robusto. A sua pelagem, amarela acastanhada com tons cinzentos e sarapintada de preto, permite-lhe confundir-se com o meio que o envolve.